NATS Unifesp Diadema expande sua atuação e agora é Instituto Vértice
NATS Unifesp Diadema expande sua atuação e agora é Instituto Vértice
Após ver sua equipe crescer mais de 100% no último ano e apoiar a avaliação da incorporação de dezenas de tecnologias em Saúde no SUS, grupo reestrutura atuação para além da ATS e do setor público.
Quarta-feira, 05 de novembro de 2025.
Por Nanda Duarte
A Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) conta com uma nova iniciativa no campo das evidências em Saúde e políticas públicas: o Instituto Vértice. Trata-se de uma ampliação do Núcleo de Avaliação de Tecnologias em Saúde Unifesp Diadema (NUD) que passa, agora, a atuar além da ATS e do setor público. “Nosso caminho não começou hoje, mas chegamos a um novo patamar. Um ponto de encontro onde ciência, gestão, inovação e sociedade se articulam para transformar evidências em decisões que fortalecem o SUS e o campo da saúde como um todo”, anuncia a diretora do Instituto Vértice, Daniela Melo, professora da Unifesp e pesquisadora dos programas de pós-graduação em Ciências Farmacêuticas e Medicina Translacional.
A transformação do NUD em Instituto Vértice foi oficializada nesta quarta-feira (05/11), durante o VI Congresso da Rede Brasileira de Avaliação Tecnologia e Saúde (Rebrats), do Ministério da Saúde, em Brasília. O reposicionamento da marca foi desenvolvido pela Agência VERO, de Criciúma (SC).
Além da mudança na identidade, a nova fase do grupo inclui uma reestruturação interna, com a implementação de uma nova Coordenação-Geral focada em Cooperação e Projetos em Saúde, que trabalhará na articulação com outros atores do sistema de saúde e do ensino em saúde do país. A nova área se junta às coordenações de Políticas Públicas, Evidências Clínicas e Economia da Saúde, Gestão e Comunicação, para compor um instituto comprometido com a transformação de evidências em decisões em saúde eficientes que atendam às necessidades reais da população.
Contribuições para o SUS
As mudanças também são fruto da ampliação de equipe e da produção do grupo. Em 2024, o então NUD viu sua equipe crescer em 112,5% e aumentar a produção técnico-científica em apoio aos processos de incorporação de tecnologias no SUS, regulados pela Conitec. Desde 2018, o grupo elaborou e entregou 52 produtos ao Ministério da Saúde: 20 relatórios de ATS, 17 Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (PCDTs), sete pareceres técnico-científicos, seis monitoramentos de horizonte tecnológico (MHT) e duas análises críticas. Destes, 34 já foram publicados, apoiando a implementação e disponibilização de novas tecnologias em saúde em todo o país. Há ainda onze produtos em processo de elaboração.
Entre os produtos mais recentemente publicados pelo Ministério da Saúde com a assinatura do grupo estão protocolos inéditos para qualificar e padronizar o cuidado em casos de picadas de escorpiões e serpentes, superando uma lacuna de 24 anos no cuidado a essas situações. Além do PCDT de Porfirias, demanda muito esperada há anos na área de doenças raras.
Novos horizontes
A parceria com outras organizações não é exatamente uma novidade. Projetos desenvolvidos com as Secretarias Municipal e Estadual de Saúde de São Paulo, o Hospital Sírio-Libanês e o Conselho de Secretários Municipais de Saúde de São Paulo (COSEMS/SP), por exemplo, já renderam publicações como diretrizes-metodológicas, artigos científicos, pareceres técnico científicos, e-books e site interativo – produtos de ATS e de Política Informada por Evidências. Agora, estas possibilidades foram diversificadas, com novas oportunidades de projetos e outros parceiros. Uma dessas frentes de trabalho já está em curso: o projeto Síntese de Evidências sobre Experiências Internacionais em Rotulagem de Bebidas Alcoólicas, que integra um edital do CNPq voltado a apoiar sínteses de evidências para políticas e diálogos deliberativos.
“O caminho que trilhamos até aqui percorreu mais de dez anos de pontos de encontros, que começaram entre alguns pesquisadores e aos poucos foram agregando outros especialistas, estudantes e profissionais do cuidado, exigindo cada vez mais ofertas de capacitações e uma permanente reestruturação interna”, relembra Daniela.
A diretora explica que a transição no escopo de atuação do grupo é também um movimento de sustentabilidade diante da ampliação da estrutura e das demandas. Nesse cenário, e ao reconhecer o caráter multiprofissional e interinstitucional do grupo, as medidas são um compromisso com a valorização dos pesquisadores e a formação contínua de novos profissionais e especialistas. “Já fomos um grupo de pesquisa e um NATS, agora somos o Instituto Vértice. O que não muda é a essência: estamos ligados à universidade pública, prezamos pela qualidade do que entregamos e temos a plena consciência de que produzir, sintetizar, analisar e traduzir evidências para políticas de saúde demanda compreender muito bem o mercado de tecnologias e o sistema de saúde brasileiro", enfatiza.